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O preconceito com o futebol chinês

Written by Artur Ivo | 24/abr/2016 21:30:00

Na última janela de transferências internacionais vimos um novo mercado crescer, com um grande apetite por atletas brasileiros: o mercado chinês. Ele levou os melhores jogadores dos últimos campeões brasileiros, desmontando Cruzeiro e Corinthians, mas ao mesmo tempo lhes oferecendo cifras extraordinárias. Houveram muitas críticas àqueles que foram tentar a sorte no país oriental, foram chamados de mercenários, dizendo que estavam indo para um buraco, pouco vistos, que seriam esquecidos da seleção e do povo brasileiro. Alguns jornais esportivos chegaram a dizer que o mercado chinês estava destruindo o futebol brasileiro.

 

Assim muitos criticaram Robinho, Diego Tardelli, Renato Augusto, além dos técnicos, que, esquecidos ou desvalorizados por aqui, foram treinar equipes chinesas com salários nada modestos, como por exemplo Felipão, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Os jornalistas vieram com comparações com transferências para o mercado europeu, este já valorizado, visto, que faz jogadores crescerem e irem pra seleção. Entretanto Renato Augusto continua aí, convocado e bem cotado na seleção; e Cuca, voltou ao Brasil com muito moral.

 

Comparando agora não com o mercado europeu, o mercado de “oportunidades” na seleção (vide Filipe Anderson e Raffael), quero comparar a outro mercado emergente, novo, que também está levando craques, também com bons cacifes e com pouca tradição; estou falando do mercado da MLS dos Estados Unidos.

 

Com pouco apetite para brasileiros, buscando principalmente as estrelas europeias (Kaka, Pirlo e Villa já estão jogando no país norte-americano). Atraem os jogadores com salários altos e contratos longos. O país não é unanimidade entre os formadores de opinião esportiva, porém goza de muito mais prestígio que o concorrente futebol Chinês.

 

As justificativas são diversas, entre elas a estrutura, outras dizem respeito às estrelas que vão aos EUA, outros ainda ao modo de vida americano. Nenhuma é sulfiente forte, ou ainda abarca bem o universo futebolístico, já que a China tem investido forte em centros de treinamento, formação de árbitros, técnicos e jogadores, além de levar também estrelas, ainda que menores, para a Ásia, como é o caso de Diamanti ou Drogba. Os resultados em torneios favorecem os chineses, que ganharam duas ligas dos campeões da Ásia, nos últimos anos, enquanto apenas um time da MSL chegou a final da Copa Ouro, nos últimos 16 anos, ficando com o vice.

 

A razão por essa desconfiança com a China é simplesmente preconceito, uma cultura diferente, oriental, que já é mal vista pelos seus produtos e seu sistema político. O mercado chinês não parece ser passageiro e classificá-lo como um “mal” para o futebol mundial só prejudica o esporte. Por isso, calma, o futebol chinês está aí pra ficar, não para prejudicar ninguém.