Documentários como o "Locals Only" e "Surf Adventures", mostram as regras que eles impõem e os direitos que eles mesmos definiram ter, são os punks do surfe.
Alguns corajosos ou mesmo desavisados, tentam a sorte de surfar nessas regiões e existem casos de brigas dentro e fora da água, pranchas quebradas e até mesmo mortes.
Como as gangues dos Estados Unidos, só que no mar. Esse estilo de vida começou há anos e tem força até hoje principalmente na Califórnia e Hawaii. Algumas etapas do Mundial de Surfe, por exemplo, ainda sofrem com a pressão e domínio dos locais.
Há boatos de que esse tipo filosofia também ainda permanece, mesmo que de forma mais sutil, nas praias do Rio de Janeiro onde aconteceu nesta semana, a etapa do Mundial.
Mas apesar de toda essa tradição, atualmente as praias do Hawaii têm sido dominadas pelo Brazilian Storm. Ano passado, embalado pela conquista de Medina, Adriano de Souza, o nosso Mineirinho, foi campeão mundial no Hawaii, venceu a etapa tradicional de Pipeline e tudo isso, desbancando um Local.
Isso mesmo, ele tirou a coroa de um Havaiano no seu território, protagonizando uma final brasileira nas águas do Hawaii, depois, a festa do título tinham as cores verde e amarelo. Será que até os tradicionais locais do santuário do surfe se renderam ao talento do Brazilian Storm? Talvez... Pois já faz um bom tempo que a nova geração do surfe brasileiro vem dominando as etapas do mundial disputadas no Hawaii.
Em 2014, por exemplo, Gabriel Medina foi campeão mundial no Hawaii e pintou não só as ondas do mar de verde e amarelo, como também as areias havaianas. Um multidão de brasileiros invadiu a área dos locais para comemorar o inédito título conquistado por Medina, foi a primeira vez que um surfista brasileiro levantou esse troféu.
Há alguns dias, sentimos esse jogo virar... o havaiano John John Florence consagrou-se bicampeão da etapa brasileira do mundial, realizada no Rio de Janeiro. O surfista campeão disse sonhar desde os 17 anos em surfar no Brasil, e até comparou as ondas e o estilo do Rio de Janeiro com o Hawaii.
Muito próximo da torcida e encantado com a paixão dos brasileiros pelo surfe, seria John John um local das praias do Rio? E o Brazilian Storm, domina as ondas do Hawaii? Papeis invertidos e territórios trocados.
De qualquer forma, esses novos surfistas nos deixam uma lição: seja na praia, no mar, no país ou território que for, sejam brasileiros, australianos, havaianos ou americanos,
a geração atual do surfe é local em qualquer lugar do mundo.
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