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A Mercedes tirou o melhor de sua vantagem nos dois últimos GPs (Bélgica e Itália), disputados em circuitos de alta velocidade. Com motores ainda mais potentes que os de seus rivais venceu as duas provas com facilidade, virou o jogo, e Lewis Hamilton chega à Cingapura com uma frágil liderança no mundial de pilotos, com apenas três pontos à frente de Sebastian Vettel da Ferrari. Praticamente um empate técnico.
Agora a coisa muda de novo. O circuito de Marina Bay é urbano, ou seja, de rua, favorecendo novamente a Ferrari, cujo equilíbrio aerodinâmico se adapta bem melhor nesse formato. A Ferrari trata melhor seus pneus e anda melhor em curvas de baixa. Resumindo, um campeonato aberto com muita emoção, como não víamos há bastante tempo.
15, 16 e 17 de setembro.
Segundo nossos dicionários, você pode escrever Cingapura ou Singapura. Ambos estão certos. É uma cidade estado localizada na ponta sul da Península Malaia, no sudeste asiático, com 5 milhões de habitantes distribuídos em pouco mais de 700 km² (menos da metade do município de São Paulo). Mesmo pequeno, seus números são impressionantes; altíssima renda per capita e desenvolvimento humano de primeiríssimo mundo (9º maior). É o quarto centro financeiro do mundo, o segundo mercado de cassinos e o terceiro refinador de petróleo. Grana não falta.
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Circuito de rua clássico, tem uma reta um pouco maior, as demais pequenas, e 23 curvas, passando por pontos importantes e turísticos, algumas com nomes, outras numeradas, distribuídas em 5,065 km. Como todas as corridas (exceto Mônaco) terminam no final da volta em que são completados 305 km, o GP de Cingapura tem 61 voltas. Seria igualzinho a outros circuitos de rua que você conhece, se não fosse pelo detalhe de que a prova é inteiramente disputada à noite. A pista inteira tem uma super iluminação e as imagens são sempre muito bonitas.
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O GP de Cingapura começou a ser disputado em 2008 e pouca gente subiu no degrau mais alto do pódio desde então. Nico Rosberg da Mercedes ganhou ano passado. Sebastian Vettel ganhou quatro vezes, Lewis Hamilton duas e Fernando Alonso outras duas. Um clube bem reservado por enquanto.
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Voltam os pneus ultramacios (banda roxa), teoricamente mais velozes e menos duráveis. As equipes poderão escolher ainda para o GP entre os pneus supermacios (banda vermelha) e os macios (banda amarela) além, é claro, dos de chuva. Lembramos que em condições normais de clima, cada piloto tem que usar ao menos dois jogos de tipos diferentes em cada prova. A escolha do momento da corrida em que se opta pelos ultramacios têm sido determinante na estratégia das equipes.
Os carinhas montam várias arquibancadas pequenas distribuídas por todo o circuito. Ao contrário dos outros GPs do calendário os lugares mais caros vendem primeiro lá e já estão esgotados faz tempo. Coisa de país rico. Um ingresso numa arquibancada mais barata, simples, para os três dias perto da área de boxes sai por pouco mais de 1.000 dólares de Cingapura, aproximadamente 2.300 reais, quatro vezes mais caro que aqui.
A prova lá é noturna para atender ao fuso horário das TVs dos países europeus, então para nós não muda nada. O SporTV transmite os treinos nas manhãs da sexta e do sábado (classificação sábado 9h) e reprisa a prova na tarde do domingo. A TV Globo transmite a corrida ao vivo a partir das 9h do domingo. No rádio, a Bandeirantes e a Globo/CBN transmitem a prova.
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A Red Bull aproveitou que na Itália não teria grandes chances e trocou todos os componentes de motor com uso limitado pelo regulamento. Teve que largar lá de trás em Monza e ainda fez bonito, com Ricciardo chegando em quarto num corridaço. O que importa agora é que estão com tudo novinho, ao contrário das demais, incluindo Ferrari e Mercedes, cujos motores já estão bem usados e no bagaço. Não será surpresa se outras equipes tiverem que mexer nas peças e perder posições no grid agora. Completando, Daniel Ricciardo tem feito um excelente campeonato e é uma ótima aposta.
Em circuito de rua largar na frente é tudo de bom. Mesmo não sendo a pista ideal para a Mercedes, Lewis Hamilton tem feito a diferença nos treinos. Bateu os recordes de pole positions de Ayrton Senna e de Michael Schumacher e esse ano está voando nos sábados. Se sair na frente vai dificultar demais a vida da Ferrari.
Não vai ser um passeio, mas a pista favorece muito a Ferrari. Se isso em princípio é bom para os italianos, bota uma pressão em Vettel e na equipe, que se quiserem reassumir a liderança do campeonato vão ter que fazer tudo muito certinho. Qualquer vacilo é fatal, e tanto Vettel como a Ferrari tem alguns desses vacilos sob pressão em seus históricos.
Circuito de rua tem esquinas e muros. As pequenas lambanças acontecem toda hora, espalhando pedaços de carros e trazendo o carro de segurança para a pista várias vezes, juntando todo mundo e estragando as estratégias das equipes. Só ficar de olho na turminha da pancada (Daniil Kvyat, Jolyon Palmer e Companhia) porque é de lá que vão sair as surpresas que mudarão o desenrolar da corrida.
Ricciardo, Vettel e Bottas.
Pilotos
1º Lewis Hamilton / GBR - Mercedes – 238 pontos
2º Sebastian Vettel / ALE - Ferrari – 235 pontos
3º Valtteri Bottas / FIN - Mercedes – 197 pontos
4º Daniel Ricciardo / AUS - Red Bull Racing – 144 pontos
5º Kimi Raikkonen / FIN - Ferrari – 138 pontos
6º Max Verstappen / HOL - Red Bull Racing – 68 pontos
7º Sergio Pérez / MEX - Force India – 58 pontos
8º Esteban Ocon / FRA - Force India – 55 pontos
9º Carlos Sainz Jr. / ESP – Toro Rosso – 36 pontos
10º Nico Hulkenberg / ALE – Renault – 34 pontos
Equipes
1º Mercedes – 435 pontos
2º Ferrari – 373 pontos
3º Red Bull – 212 pontos
4º Force India – 113 pontos
5º Williams – 55 pontos
6º Toro Rosso – 40 pontos
7º Haas – 35 pontos
8º Renault – 34 pontos
9º McLaren – 11 pontos
10º Sauber – 5 pontos
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