A vida de qualquer ser humano é feita de altos e baixos. Basta estar vivo para passar por situações de felicidade e outras de tristeza. Com Adriano, o Imperador, não é diferente. Hoje com 34 anos, o atleta é lembrado por muitos tanto pelas coisas boas que já fez quanto pelas não tão legais assim.
Adriano Leite Ribeiro nasceu na comunidade da Vila Cruzeiro, Rio de Janeiro, e começou sua carreira aos nove anos de idade no futsal do Flamengo. Logo em seguida, foi para o campo atuar na lateral-esquerda e em 2000, já com 18 anos, estreou pelo profissional, mas no lugar onde mais combina com o craque, o ataque.
Lá na frente, fazendo o que mais sabia, foi chamado no mesmo ano para a Seleção Brasileira para jogar as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Ainda com a amarelinha, disputou o Campeonato Sul-Americano sub20 e foi campeão. Os holofotes em cima do atleta o atraíram para a Itália, e a partir daí, o mundo inteiro conheceria o filho da Dona Rosilda e do Sr. Mirinho.
O contrato com a Internazionale veio em 2001. Em sua estreia, um gol contra o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu. Porém, nos meses seguintes, Adriano foi emprestado ao Parma, depois Fiorentina até retornar ao Inter, três anos depois. Lá, se tornou o queridinho dos italianos e virou o “Imperador”, referência ao Imperador Romano, Adriano. Foram duas Copas da Itália, quatro Campeonatos Italianos e uma média de dois gols por jogo (em 180 participações, 91 vezes a rede foi balançada).
A ascensão rápida já havia mexido com a cabeça do jogador, segundo amigos, já estava difícil para ele viver longe da família e do ciclo de amizades, até que em 2004 a morte de seu pai mudou completamente o Adriano dos anos seguintes. Almir Leite Ribeiro sofreu um infarto e foi encontrado já sem vida pela Dona Rosilda. Na Itália, Adriano recebeu a notícia. No mesmo ano, o centroavante conquistou a Copa América com a Seleção Brasileira (marcou o gol no último minuto da final contra a Argentina, que levou o Brasil para os pênaltis e a posterior vitória) e no ano seguinte ganhou a Copa das Confederações, fazendo dois gols na goleada novamente contra os hermanos na partida final, se tornando o artilheiro da competição e o melhor jogador.
Porém, o Imperador já não era mais o mesmo. Em 2006, sua atuação na Copa do Mundo foi bizarra, seus gols na Internazionale não aconteciam mais (foi quase um ano inteiro sem marcar) e sua vida noturna tomava conta da vida de atleta. No mesmo ano, seu clube atual lhe liberou para esfriar a cabeça, mas em vez de descansar, o atacante foi visto em bailes funk, andando pelas ruas da cidade na garupa de uma moto sem capacete e cercado de mulheres, cigarros e bebidas alcoólicas.
Mesmo assim, a Internazionale não desistiu do Imperador e lhe emprestou para o São Paulo. Na capital, parecia que o bom rendimento voltara. Foram 17 gols em 28 jogos, apesar de nenhum título. Mas, bastou retornar para a Itália para o mau comportamento vir junto. Lesões, atrasos, uma transferência para o Milan que não deu certo e o ápice: um sumiço. Adriano saiu sem dizer nada e veio ao Brasil. Ficou três dias desaparecido, cogitaram sua morte, até que o jogador e seu empresário vieram a público explicar que ele estava na Vila Cruzeiro com amigos e familiares e que o centroavante daria um tempo em sua vida de atleta.
Mas, se tratando de Adriano, o Imperador, um retorno triunfal não cairia nada mal. E foi o que aconteceu. Um mês após a polêmica coletiva, o craque foi para o Flamengo. Lá, formou o “Império do Amor” com Vágner Love e juntos conquistaram o Brasileirão de 2009, além de ser o artilheiro da competição com 19 gols. Porém, se já era difícil controlar a boemia na Itália, imagina no Rio de Janeiro. Novas polêmicas surgiram nas costas do atleta – subir o morro, baile funk, mulheres, bebidas – e ele acabou voltando para a Itália, mas desta vez para jogar na Roma. Lá, apenas oito jogos, carta de motorista apreendida, falta a treinos e paciência esgotada. Imergido em tudo isso, foi a vez de Adriano ter uma chance no Corinthians, e em 2011, ele volta para São Paulo.
No time de Tite, uma grave lesão no tendão de Aquiles o deixou parado por cinco meses. Entretanto, o atleta ainda tinha o faro de gols e foi novamente decisivo ao marcar aos 43 do segundo tempo - em jogo chave pela disputa do título contra o Atlético Mineiro - e ajudar o Timão a conquistar o Campeonato Brasileiro daquele ano. Seu tempo no Parque São Jorge não durou muito, já que o atacante se envolvera em novas polêmicas.
O Flamengo decide abrir novamente as portas para o jogador. A partir daí, ele foi pingando de clube em clube. Do Flamengo para o Atlético Paranaense – com direito a um gol na Libertadores da América -, depois a tentativa mal sucedida para a França (Le Havre) até chegar aos Estados Unidos.
Na América, já em 2016, Adriano adquiriu 40% dos direitos do Miami United e acertou sua contratação. O time segue em preparação para disputar a National Premier Soccer League (NPSL), campeonato equivalente à quarta divisão dos Estados Unidos, e sua estreia deve ser no dia 14 de maio. Neste meio tempo, Adriano voltou a balançar as redes em um jogo-treino após mais de dois anos sem fazer um gol. Resta saber até onde vai esta nova fase do Imperador!