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Ryan Lochte: Como mentiroso, um ótimo nadador; entenda o caso

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Crédito foto: Getty Images 

Antes do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, muitos falavam em possíveis atentados terroristas no Rio de Janeiro. Outros alegavam que o Brasil não seria capaz de sediar uma Olimpíada por causa da segurança ineficaz. Após duas semanas de competições e uma edição que chega ao seu fim, o único momento triste e preocupante que teve como cenário o Rio de Janeiro, foi uma farsa americana envolvendo quatro de seus nadadores. 

Entenda o episódio 

Tudo teve início no sábado, dia 13 de agosto. Após terem completado as suas provas e encerrado suas participações esportiva nos Jogos, quatro atletas americanos – Ryan Lochte, Jimmy Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger – resolveram curtir uma balada na Gávea. No caso, o local escolhido foi a boate Casa França, no Jóquei Clube do Rio. 

Até aí tudo bem, nenhum problema. Uma comemoração justa e merecida, visto que os americanos haviam sido campeões e já não tinham mais deveres com a modalidade.  O problema começou no momento em que Ryan Lochte afirmou para sua mãe que havia sido assaltado nesta mesma noite. Preocupada e brava, sua mãe contatou a rede Fox Sports, tornando público o assunto. 

Não demorou muito para o episódio chegar na mídia com força total. Só se falava nisso. Autoridades se desculpando, investigações rolando, e a alegação dos americanos que persistia: "fomos assaltados a mão armada". 

No domingo, dia (14), Ryan Lochte concedeu uma entrevista à rede americana de televisão NBC. Na ocasião, o nadador afirmou que teve 400 dólares roubados à mão armada no retorno da boate em direção à Vila Olímpica. Até aquele momento, ele era o único dos quatro a se manifestar publicamente. 

Confiando no Comitê Olímpico dos EUA, que havia oficializado a notícia como verdadeira, e no discurso de Lochte, o Comitê Olímpico Brasileiro fez questão de se desculpar publicamente em redes sociais, assim como o Comitê Olímpico Internacional. 

A complicação para os americanos começou no momento em que as investigações foram se concretizando. Vídeos que demonstravam o ocorrido em um posto de gasolina – local pelo qual passaram no intervalo de retorno ao Centro Olímpico –  e que retratavam o momento de chegada na Vila Olímpica indicavam que o relato dos atletas tinha sido contraditório e mal informado. 

A começar pelo vídeo da chegada na Vila: os americanos alegavam terem saído da festa as 4 da manhã do domingo, em direção à Vila Olímpica. Entretanto, as imagens mostram que, na verdade, saíram da boate às 5h45 e chegaram ao destino pretendido as 6h56. Além disso, análises mais profundas indicaram que o comportamento visto nas imagens, é desproporcional ao de um grupo que supostamente teria sido assaltado. Com brincadeiras e atitudes descontraídas, Ryan Lochte ilustrava bem que não havia tido nenhum impacto psicológico que um roubo normalmente causaria. 

Outro vídeo, dessa vez em um posto de gasolina, mostra os atletas chegando de táxi, claramente alterados. Ryan Lochte, facilmente identificado pelo seu cabelo loiro, é visto quebrando uma placa de publicidade, enquanto seus colegas urinam no chão do posto. Seguranças e frentistas abordam os atletas de maneira pacífica, sem apontar nenhuma arma, cobrando os prejuízos da ação de Ryan. Um atleta dá dinheiro para um dos seguranças e vai embora com seus companheiros de equipe. 

A partir do momento que o mundo tinha contato com esses vídeos, a desconfiança em relação à história contada, assim como o desprezo direcionado aos nadadores floresceram. Ainda mais porque, quando tiveram solicitação para permanescerem no país até que o esclarecimento completo se desse, Ryan e mais dois companheiros deixaram o país. Quer dizer, esses dois últimos até tentaram, mas Gunnar Bentz e Jack Conger foram interceptados no avião e tiveram que retornam à polícia do Aeroporto Internacional do Galeão. 

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Mandato de aprensão do passaporte dos nadadores Jimmy Feiger e Ryan Lochte. 

Redes de televisão buscavam incessantemente os atletas, que se recusavam a dar um parecer a respeito do assunto. Ryan Lochte, já nos Estados Unidos, contratava um especialista em relações públicas para cuidar da sua imagem. Por coincidência, o mesmo que havia cuidado da imagem do cantor Justin Bieber, outro famoso que costuma dar problemas. 

A justiça, após depoimento de Jimmy Feiger, resolveu aplicar uma multa de 35 mil reais no atleta, que pôde retornar ao seu país com sua situação resolvida. Quanto à Ryan Lochte, a justiça determinou que o atleta deverá voltar ao Brasil para dar depoimento. Caso não o faça, o julgamento do nadador será realizado, mesmo sem sua presença física. O caso indica alta probabilidade de pena de seis meses, ou pagamento de multa, a cada atleta que criou informações falsas. 

Após o caso ter sido esclarecido, e o roubo negado pela investigação, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos pediu desculpas internacionalmente. Os nadadores, em suas redes sociais, prestaram esclarecimentos aos fãs e a toda a nação.

Ryan Lochte publicou um texto em seu Twitter, mas em nenhum momento negou ter sido roubado. O campeão do revezamento 4x200 livre ainda se autotitulou responsável pelo ocorrido, agradeceu seus companheiros e sua nação pelo apoio, e se desculpou pelo seu comportamento. No final, ressaltou o Rio de Janeiro pela ótima experiência proporcionada nos Jogos

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No último sábado, foi ao ar a primeira entrevista de Lochte para uma rede brasileira, a Rede Globo. Dessa vez, o nadador apareceu com o cabelo já diferente – provavelmente influência de seu novo especialista em RP – e alegou não ter mentido nas suas declarações, mas sim, exagerado. Pediu desculpas ao Brasil e ao mundo e prometeu que vai refletir sobre o ocorrido. O americano ainda alegou ter sido imaturo. Quando perguntado do motivo pelo qual havia mentido, mudava de assunto.

 

 

Quem é Ryan Lochte?

Ryan Lochte é um nadador americano de 32 anos que já ganhou 12 medalhas olímpicas. Nos Estados Unidos, é conhecido pelo seu jeito brincalhão, que às vezes pode ser um pouco exagerado e inconveniente. 

Um reality show com a vida do nadador já foi feito. Nesse programa, cenas hilárias e absurdas da vida do americano eram expostas. Seu estilo bad boy e tendência a desafiar o mundo e a todos eram ressaltados. O reality se chamava What would Ryan Lochte do? e era transmitido pela rede E! (El Entertainment Television). 

Lochte já nadou muito ao lado de Phelps, mas foi sempre ofuscado pelo brilhantismo do maior nadador de todos os tempos. Há quem diga que há inveja por parte dele, que já alegou publicamente estar cansado de perder para o campeão.

De uma coisa, pode-se ter certeza: um homem que causa uma enorme confusão, deixa seus colegas na mão, e não assume o próprio erro – já escancarado na cara da sociedade – nunca chegará ao posto de exemplo. Ao contrário de Phelps, que, além de ter a carreira mais vitoriosa de todas as Olimpíadas, não nega uma entrevista, se abre com o público e ainda escolhe maravilhosamente bem as palavras para exaltar o povo brasileiro. À Ryan Lochte, fica a mensagem. Nunca será, jamais será. 

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Créditos foto: Getty Images

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Reprodução/ Twitter do atleta - Agradecimento postado por Michael Phelps em seu Twitter.

Michael Phelps fez questão de agradecer aos brasileiros pela experiência vivida nesse mês. Na ocasião, o nadador alega ser muito bom voltar para casa, mas que já sente falta do Rio de Janeiro e das pessoas. Ao final, o atleta agradece aos cariocas e exalta as Olimpíadas do Rio de Janeiro, falando que foram incríveis.

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Categorias: Natação, Olimpíadas, Rio 2016, Jogos, Estados Unidos, Jogos Olímpicos, Escândalo, Ryan Lochte

Marcelo Possato

Escrito por Marcelo Possato

Cursando Comunicação Social, com foco em Publicidade e Propaganda. Esportista e Redator.

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