Crédito foto: Divulgação / Ag. Palmeiras / Cesar Greco
A comemoração de uma data importante é sinônimo de festança, alegria, pessoas que se gostam celebrando pelo mesmo objetivo. Agora imagina você fazer 100 anos, te dão de presente uma baita festa e você não pode chamar...SEUS AMIGOS! Tá certo que com 100 anos de idade muitos dos seus colegas de jornada já não estariam mais aqui, então vamos puxar um pouco para a realidade. Uma idade importante na vida de uma pessoa, 18 anos? Pois bem, 18 anos e você só vai ter no seu aniversário amigos dos seus irmãos e dos seus pais, te dando petelecos, fazendo piadinhas sobre a “maioridade”, enchendo o saco, literalmente. Faz sentido?
Um dos maiores clássicos do futebol mundial passa por isso. Em 2017 é comemorado o Derby Centenário e tanto o Allianz Parque como a Arena Corinthians só podem receber a torcida mandante. Ou seja, na última quarta-feira, 12, pela 13ª rodada do Brasileirão o Corinthians fez a festa na casa do Palmeiras, venceu por 2 a 0 – gols de Jadson e Guilherme Arana - e teve que celebrar apenas entre os próprios jogadores – e óbvio com os 30 milhões de loucos espalhados por aí. E aí entra aquela questão: é mais gostoso quando você cala quem está te zoando, não é?
Crédito foto: Divulgação / Site Oficial do clube
O dia do clássico era tão importante, tão feliz, que no Allianz era inaugurado o Centro de Imprensa Osmar Santos. O pai da matéria, o ícone do rádio era homenageado de maneira incontestável. Mas logo ele, um revolucionário da narração, um doador de sua voz para momentos tão importantes do Corinthians – como o gol de Basílio em 77 que pois fim ao jejum de 23 anos sem títulos – e do Brasil – democratizar o país – ser mais um espectador da falência do futebol brasileiro. Porque admitir torcida única é decretar de vez a incompetência do Estado como embaixador da segurança pública e privar um dos maiores espetáculos do mundo de ter seu show completo.
Cássio, um dos nomes do jogo da última quarta-feira fechando o gol, lamentou a decisão do Ministério Público e da Federação Paulista de Futebol (FPF) que já se completa um ano. Para o arqueiro, seria importante poder contar com corintianos nesta última vitória da equipe, mas claro, sem brigas, mortes etc. E, infelizmente, mais uma vítima fatal após o Derby Centenário entrou para a estatística de 17 mortes apenas em 2017 relacionadas às brigas de torcidas, o que comprova mais ainda a ineficiência da torcida única, já que o caso do palmeirense Leandro Zanho aconteceu pós jogo.
Agora em campo, o Timão segue impecável! Os números da invencibilidade só aumentam – 27 – o favoritismo para ser campeão também e a admiração pelo trabalho de Fábio Carille, também. O Palmeiras pressionou, tanto que com 15 minutos de jogo detinha 72% de posse de bola. Mas, é justamente isso que a equipe alvinegra gosta, é assim que ela joga. Ela segura lá atrás, com duas linhas de quatro muito bem definidas e “mata” lá na frente quando se tem a oportunidade, nem que ela seja “única”: foram 18 finalizações palmeirenses contra três corintianas no primeiro tempo, que terminou 1 a 0.
Crédito foto: Arquivo Esportudo
Além de fazer do Allianz seu buffet de diversão, levando “petelecos” de mais de 39 mil torcedores o tempo todo, o Timão ainda quebrou a marca de 28 jogos sem derrotas do Verdão em sua casa. De fato, é impressionante o que esse time de Carille faz, e o de Cuca, ainda não se encontrou nesta temporada, nem com a chegada de reforços de peso como Borja, e nem com o “salvador da pátria”, Alexi Stival.
Por parte do Alvinegro, só nos resta observar até onde esse time pode ir – seu próximo adversário no Campeonato Brasileiro será o Atlético Paranaense neste sábado, 15, em sua Arena -, e do lado Alviverde, acreditar que na Libertadores tudo pode ser diferente – o time volta a enfrentar o Barcelona de Guayaquil no dia 09 de agosto em casa e pelo Brasileirão recebe o Vitória neste domingo, 16. Já da Segurança Pública de São Paulo, ficamos com os dados de que o público nos estádios aumentou de 290 mil torcedores em 2015 para 361 mil em 2016 com a decisão de torcida única. Te convence? A mim, não!
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