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Não basta acreditar: Atlético tem que jogar futebol para classificar

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Atlético mostrou-se um time que 'pensa com as pernas', veja as causas da dificuldade da equipe em sua partida mais recente no torneio continental.


O Atlético Mineiro mostrou, na partida de quarta-feira contra o Atlas, falhas graves que podem custar caro no futuro. Muito se fala do preparo físico da equipe, tese reforçada pelo número de jogadores no departamento médico. Mas os erros passaram em todos os aspectos: técnicos, táticos, emocionais... Até mesmo a torcida não teve uma "atuação" perfeita. Enfim, noite complicada.

A posse de bola, no primeiro tempo, foi atleticana. O meio-campo do Atlas estava preenchido. Tomás Boy levou a campo o tradicional 4–1–4–1 que a equipe costuma jogar. Mas o Atlas, na primeira etapa, decidiu e dedicou-se a defender em sua própria área e contra-atacar; diferente de quando enfrentou o Santa Fe em Guadalajara, quando pressionava a saída de bola da equipe colombiana. Prova concreta da postura foi a mudança do jogo passado para este, ao sacar o atacante Barragán e escalar o ponta González. O Atlas respeitou o Atlético, mesmo necessitando da vitória depois de tropeço em casa.  Ainda assim, levou perigo ao gol de Victor e começou melhor a partida.

O Atlético reagiu posteriormente após os sustos, usando e abusando sem vergonha alguma as bolas alçadas à área que tanto deram certo nas últimas conquistas. O trunfo: Leonardo Silva. Que saiu lesionado. Não a toa que o rendimento ofensivo da equipe caiu com sua saída. Patric era o lateral mais acionado ofensivamente, muito por conta da parceria com Luan, o jogador atleticano que mais queria jogo. Por ali saíram as melhores jogadas de profundidade ofensiva do Atlético, ali escalado num 4–2–3–1. A saída de bola mexicana foi neutralizada em certa parte da partida. Porém o Atlético e sua torcida caía num buraco chamado nervosismo.

Pro segundo tempo, Levir modificou. Sacou Leandro Donizete e colocou Cárdenas e, teoricamente, recuando Dátolo. A mudança, coerente até, acabou por ser desastrosa, sendo um tiro na culatra. O esquema passou a ser um 4–1–4–1 Sobrecarregou Rafael Carioca, descompactou a equipe. Porém o Atlas, do outro lado, jogava no mesmo esquema. Então por que tamanha diferença na coesão tática e técnica das equipes. Principal fator: nervosismo. Patric e Maicosuel eram vaiados constantemente. Apesar disto, não eram apenas estes jogadores, que gozam de pouquíssimo prestígio no Atlético, que erravam coisas simples. André cansava de se movimentar errado. Cárdenas e Dátolo sumiram. Luan, o xodó, foi o retrato do Atlético do segundo tempo: corria bastante, mostrava disposição, porém sem saber por que e pra que, errando o simples por puro nervosismo. Soma-se isso ao nervosismo e a impaciência que o próprio torcedor do Galo demonstrava e passava para dentro de campo, um desastre estaria por vir.

O Atlas só não abriu o placar e construiu de forma mais tranquila um resultado por respeito excessivo ao Atlético. Mesmo precisando do resultado e com a possibilidade de vitória nas mãos, não podia assimilar que, sim, poderia ganhar do Atlético no Horto, local onde o clube nunca havia perdido na Libertadores. Quando o Atlas passou a ser atleticano e acreditar, fez da vitória deixar de ser façanha e se tornar real. Bola na trave, Victor trabalhando... até que o gol saiu. Erro de Edcarlos na linha de impedimento, passe açucarado de Medina para Suárez guardar o gol da partida.

O último lance da partida, em que Victor vai à área adversária para tentar o empate e coloca a mão na bola, é a imagem tragicômica de um time voluntarioso, porém deficiente. O Atlético Mineiro é sinônimo de imponderável. Mas futebol não se resume a isso. Não dá para colocar somente na preparação física a conta de um time que mostrou defeitos táticos, técnicos e emocionais gravíssimos que não se justificam em sua totalidade com os desfalques.

Agora, não basta acreditar. Tem que jogar futebol. Tem que ter vontade, fé, coração? Óbvio. Mas sem ter virtuosismo, inteligência, frieza, não irá adiantar. O Atlético terá 20 dias para se reestruturar até a partida contra o Santa Fe em Bogotá, que já terá caráter mais decisivo que o imaginado. Entre esses dias, haverá o clássico contra o rival Cruzeiro no Campeonato Mineiro. É necessário trabalhar. E ter a cabeça no lugar. Emoção, sim. Mas sem descartar a razão.
 
(Foto Crédito: VEJA)

Categorias: Futebol, Atlético MG, libertadores

Felipe Balbino

Escrito por Felipe Balbino

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