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Diversidade e tolerância no futebol: Conheça o Hapoel Katamon

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Crédito foto: Reprodução / Instagram @hkjfc

Em meio a tanta intolerância no cenário mundial e notícias diárias de terrorismo, existe uma equipe que está tentando fazer a diferença. O Hapoel Katamon conta em seu elenco com jogadores judeus e árabes que se unem através do futebol para uma conquista que vai além do resultado, procuram a coexistência. Isto é um feito inédito na cidade de Jerusalém. O clube tem uma proposta social utilizando o esporte com o intuito de dar oportunidades para crianças judias e árabes de baixa renda em Israel, para não só se tornarem jogadores profissionais, mas sim terem um espaço para serem pessoas melhores e se desenvolverem como seres humanos.

Criado há pouco mais de dez anos por um grupo de torcedores de outra equipe israelense, Hapoel Jerusalém, que estavam insatisfeitos com a diretoria e sentindo-se desrespeitados pela entidade, o clube, que começou sua jornada na quinta divisão, mas já ocupa um lugar de destaque na segunda divisão, é administrado por seus torcedores. Um destes, o brasileiro Andre Wajnberg contou ao Esportudo o que o fez virar um dono/torcedor:

“O Hapoel Katamon conta com torcedores jovens, pessoas começando suas carreiras, estudantes que se juntam às pessoas com a carreira estabilizada, donos de empresas etc, e todos buscam se ajudar, apoiar uns aos outros. Além disso, me identifiquei com o Hapoel por conta da questão social que o clube trabalha.”, disse Andre, que atualmente trabalha com turismo e nos deixou uma mensagem de paz “Jerusalém é uma cidade que tem 650 mil judeus e 250 mil árabes, [espero] que através do futebol exista o diálogo e que todos se vejam como irmãos“, completou.

Com a intenção de ser um clube diferente e estimular a diversidade, o Hapoel criou uma equipe feminina que inclusive já foi campeã duas vezes da liga Shira Banki. Este nome foi dado em homenagem a Shira Banki, mulher assassinada por um ortodoxo durante uma parada LGBT em Tel-Aviv.

O clube israelense não só luta pela coexistência entre judeus e árabes, mas também para dar visibilidade para outras questões sociais, como o racismo e diversidade sexual. Recentemente, o Hapoel passou a exibir em suas bandeirinhas de escanteio a cor da bandeira LGBT.

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Crédito foto: Reprodução / Instagram @hkjfc

Kike Rosenburt, torcedor/dono do clube há dez anos que tem grande participação na administração e cuida, atualmente, da area de relações internacionais, também falou com o Esportudo.

Qual a Importância dos torcedores para o clube?

“O torcedor tem máxima importância. Existe uma comissão diretiva que é formada por sete pessoas, sendo a maioria torcedores e a minoria empresários escolhidos pelos próprios torcedores. Outra questão importante é que o presidente do clube tem que ser um torcedor. Há também decisões que são levadas para a internet através de grupos do WhatsApp e Facebook em formato de votação para que todos possam interagir e se sentirem importantes nas decisões do time. O Hapoel precisa do torcedor para existir, temos muitos voluntários.“

O clube conta com quantos torcedores/donos atualmente?

“Chegamos a mais de 900 sócios que pagam um valor anual ou mensal.”

Como são tomadas as decisões? 

“Tem a comissão diretiva, eleita pelos torcedores, que obviamente tem o direito de tomar as decisões cotidianas e também fazemos uma assembleia com frequência com todos os sócios para tomar as decisões mais importantes. Como somos um clube pequeno e democrático, muitas delas são tomadas pelos grupos do Facebook e WhatsApp. Para o departamento profissional, contratamos profissionais capacitados para fazer contratações de jogadores e comissão técnica.”

Qual é a ambição do Hapoel Katamon para o futuro?

“Parece estranho, mas a ambição máxima do Hapoel Katamon é algum dia se unificar e salvar o Hapoel Jerusalém [seu clube de origem], voltar a ser um único time com uma única alternativa ideológica à Jerusalém e tornar este esporte uma ferramenta para o diálogo e conhecimento para todos os povos: árabes, judeus, etiopes, homens, mulheres, religiosos e laicos. Criamos a maior liga feminina do país, isto é um fenômeno em um país tão conservador.”

Qual é a maior fonte de renda do clube?

“O orçamento do clube está entre oito e dez milhões de Shekel [moeda corrente em Israel], sendo que um milhão de Shekelim vem através dos sócios torcedores, o restante vem de patrocínios de empresas dos próprios torcedores e venda de camisas. Por fim, temos a maior escolinha para crianças e liga de bairros do país, obviamente cobramos ingressos e fazemos ações de marketing em conjunto com os patrocinadores".

O Hapoel é um clube que veio para mudar o cenário não apenas do esporte israelense. Suas ações sociais e vivências com a diversidade no futebol devem servir como inspiração para os novos líderes que surgem mundialmente. Sua maior contribuição é trazer a torcida para dentro da administração do time, quebrando a ideia de que o sócio torcedor é apenas um ser passivo na história de seu clube.

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Categorias: Futebol, Futebol Internacional, Conheça, Diversidade, Israel, Tolerância, Hapoel, Katamon, Jerusalem

Leandro Mallak

Escrito por Leandro Mallak

Leandro Mallak é formado em Marketing com foco em Marketing Esportivo. Brasileiro, mudou-se para Israel para conhecer, divulgar e contribuir com o futebol no Oriente Médio.

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