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Como é ser mulher no estádio de futebol: A luta contra o assédio

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Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial Galo Marx

As mulheres têm marcado presença em cada vez mais espaços. Todos os dias elas mostram que não vão se conformar com discursos e imposições machistas e retrógradas, não importando o ambiente. Com o esporte não poderia ser diferente.

Infelizmente, a presença feminina nas arquibancadas ainda é pequena. Muitos motivos afastam-nas desse ambiente e um deles é a luta contra o assédio. Não é muito difícil encontrar uma entre elas que já sofreram ao menos um caso de assédio quando vão ver um jogo de futebol. Ao Esportudo, algumas espectadoras de futebol relataram sobre como é ser uma torcedora e como foi passar por esse tipo de situação:

“Já ouvi ‘ai como eu queria que fosse minha namorada vindo assistir ao jogo comigo’ ou ‘princesa, vem ver o jogo do meu lado’. E secar é ‘de lei’, né? Parece que você é um pedaço de carne ali no meio.” – torcedora do São Paulo, 20 anos.

“Um cara já passou o primeiro tempo do jogo inteiro falando o quão cheirosa eu era e pedindo meus contatos. Tive que fingir que meu amigo era meu namorado para ele parar de insistir.” – torcedora do Flamengo, 20 anos.

“Eu já vi muito homem me secando de forma nojenta dentro e fora do jogo. Mas sempre estou com algum homem (meu namorado e mais um bando de amigos), então nunca chegaram a fazer ou falar nada comigo.” – torcedora do Palmeiras, 20 anos.

“Nunca irei esquecer do jogo que definiria o acesso à Série B de 2014 (creio eu dessa data) Portuguesa x Vila Nova no Canindé: eu estava na entrada do estádio e, ao passar na frente do portão da torcida visitante, fui cercada por muitos caras que tentaram tocar em mim enquanto falavam ‘deixa que eu te consolo no final’, ‘que lusitana mais linda, vamos fazer uma festa depois’, ‘esse rostinho lindo vai ficar tão tristinho daqui a pouco’, entre outras. Meu pai teve que intervir para eu conseguir sair daquela situação.” – torcedora da Portuguesa, 21 anos.

“Fui a um estádio de futebol uma vez e me senti oprimida. Além de ver xingamentos que agridem diretamente nós e a comunidade LGBT quando querem ofender outros caras. Quando você passa, parece que os caras sentem ‘cheiro de fêmea’ e têm toda a liberdade de olhar para você e para o seu corpo e até mesmo mexer com você.” – torcedora em jogo da Juventus, 18 anos.

Cansadas de terem que passar por isso para poder ver seu time do coração de perto, elas se organizaram em torcidas de vários times do Brasil para criar o movimento #EstádioSemAssédio. Além da campanha divulgada nas redes sociais, coletivos feministas das próprias torcidas resolveram tomar atitudes que fossem além do plano virtual. Segundo entrevista concedida ao site Dibradoras, no início da temporada de 2017, as torcedoras do Atlético-MG que fazem parte do grupo "Galo Marx" passaram a colar cartazes ao redor do Mineirão e do Independência com o aviso: “Queremos Estádio Sem Assédio”.

 

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Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial Galo Marx

Uma outra ação também foi feita pela Torcida Camisa 33, do Remo, clube do Belém do Pará. Foi criada uma cartilha mostrando o que os homens podem ou não fazer no estádio para que não cometam assédio contra as torcedoras.

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Crédito foto: Reprodução / Twitter oficial Camisa 33

As torcidas estão se organizando para lutarem contra o assédio. A articulação das torcedoras de todo o Brasil é o recado para que os clubes se posicionem em relação a isso e deem a atenção devida a existência feminina que fazem parte de suas torcidas e para que os torcedores se conscientizem e mudem suas atitudes. A mulherada não vai se calar!

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Categorias: Futebol, mulher, luta, Assédio, Como é ser, luta contra o assédio

Maria Tereza

Escrito por Maria Tereza

Estudante de Jornalismo na PUC-SP, torcedora do São Paulo e viciada em café.

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